sábado, 7 de setembro de 2013

NET-ART

Net-Arte. Como início de reflexão, é preciso distinguir net-arte de arte na internet. São dois conceitos ou ideias diferentes que se aplicam a uma ideia de arte para a internet. O primeiro centra-se numa arte realizada exclusivamente para o meio internet, o segundo é a internet encarada como meio de divulgação da arte. Ou seja, se uma encara a internet como médium artístico, a outra encara-a apenas como meio de divulgação. Nesta última temos as páginas de galerias, museus e centros artísticos, bem como de artistas, que se dedicam a uma forma de arte não digital.
A net-art tem as suas origens, por um lado, na chamada arte telemática, por outro na chamada computer art. Assentando o médium internet em redes informáticas que ligam vários computadores em diversas partes do mundo, é lógico pensar no computador como o intermediário fundamental neste novo tipo de arte. Mas é necessário não confundir a generated computer art com a net-art: apesar de ambas existirem nos sistemas informáticos, são formas de arte muito diferentes.


A net-arte, no seu conceito puro, vai buscar o seu fundamento à arte telemática, cujos primórdios podem ser encontrados no dadaismo e, especificamente em autores como Marcel Duchamp e Moholy-Nagy. O primeiro foi o inventor desse tipo de arte chamada mail-arte ou arte postal. O segundo de uma série de imagens encomendadas por telefone. Nagy, propunha a utilização do telefone como forma de encarregar outras pessoas da execução material de obras de arte. Ao mesmo tempo que propunha a subversão do processo tradicional da criação artística (o realizador da obra passava a ser uma pessoa anónima) Nagy e os dadaístas abriam passo ao emprego nas artes plásticas de uma tecnologia de comunicação. Moholy-Nagy, com os seus Telefonbilder , sublinhava a ideia da produção anónima através de procedimentos industriais de manufactura.
Marcel Duchamp, por seu lado, propunha uma arte centrada num meio de distribuição: ficou célebre em 1916 o seu Rendezvous of 6 February, quando enviou uma série de postais aos seus vizinhos de Arensbourgs.
Mas o que existe de comum entre Rendezvous... de Duchamp e os Telephonebilder de Nagy? A distância. A ligação de dois pontos através do objecto artístico. No primeiro caso, uma ligação directa do artista ao fruidor, no segundo caso, através de um meio de telecomunicação e de uma terceira pessoa. Ou seja, em ambos os casos o artista e o receptor estão em espaços tempos diferentes, e a obra circula de um extremo para o outro. Contrariamente à relação clássica do observador com a obra que existe num determinado espaço-tempo criado previamente para o efeito (a parede da galeria ou do museu).
Ambos projectos procuram assim aproximar o artista do observador, o emissor do receptor, superar a distância que os separa.

ARTE URBANA E GRAFITI



Arte Urbana ou street art é a expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas no espaço público.
A arte urbana engloba todo o tipo de arte expressada na rua e normalmente descreve o trabalho de pessoas que desenvolveram um modo de expressão artística mediante o uso de diversas técnicas alternativas como moldes, pôsteres, adesivos, murais e grafite entre as mais importantes também tem o movimento hip hiop que traz também essas formas artísticas citadas a cima. Em geral traz uma nova forma decomunicação através de texto, conteúdo e opinião social.A arte urbana, ao integrar seus elementos em locais públicos muito movimentados, tem como objetivo causar um impacto nos espectadores e costuma ter uma mensagem subversiva e anarquista criticando a sociedade com ironia e convidando à luta social, a crítica política ou, simplesmente, à reflexão. A maior referência da arte de rua é Banksy, artista ou artistas de identidade desconhecida com obras pelas principais cidades do mundo.

A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes. Existem relatos e vestígios dessa arte desde o Império Romano. Seu aparecimento na Idade Contemporânea se deu na década de 1970, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade e, algum tempo depois, essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.
O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros não se contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro. O estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo. A pichação ou vandalismo é caracterizado pelo ato de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas. Os materiais utilizados pelos grafiteiros vão desde tradicionais latas de spray até o látex.

TRANSVANGUARDA

O termo transvanguarda entra no vocabulário artístico com o livro A Transvanguarda Italiana, 1980, de Achille Bonito Oliva, para designar uma tendência da arte italiana exemplificada por artistas como Francesco Clemente, Mimmo Palladino, Enzo Cucchi, Sandro Chia e Nicola de Maria. A nova orientação deve ser lida no interior do chamado neo-expressionismo internacional dos anos 1970, sobretudo em suas faces alemã e norte-americana. Na Alemanha, destacam-se os trabalhos de Jörg Immendorff, George Baselitz, A.R. Penck e Anselm Kiefer. As memórias da guerra, as marcas deixadas pelo nazismo no país e a tematização de certa identidade nacional problemática são referências para os quatro artistas, ainda que os temas conheçam inflexões distintas em cada um deles. Nos Estados Unidos, os nomes de Julian Schnabel, Robert Longo e Jonathan Borofsky podem ser lembrados como representantes de uma leitura particular do neo-expressionismo.
Na Itália, o desenvolvimento de uma tendência neo-expressionista na arte é tributária de sugestões inscritas na arte povera, sobretudo do destaque que confere às forças primárias da natureza e à tematização do lugar do homem como um elemento, entre outros, da natureza mais ampla. Os trabalhos reunidos na transvanguarda - em geral, pinturas e esculturas -, mesmo que apresentem dicções distintas, e defendam a vitalidade dessas diferenças como um valor, compartilham algumas preocupações e orientações. De modo geral, os artistas realizam trabalhos figurativos em que o corpo humano tem presença destacada. Não é à toa que Clemente sublinha sua admiração por aqueles que "pensam com seus corpos". Os corpos que povoam essas telas ora se apresentam em primeiro plano de forma vigorosa - como em certos trabalhos de Sandro Chia, O Carregador de Água, 1981, por exemplo -, ora se esvanecem dando lugar a figuras algo fantasmáticas como em Não Deve Ser Dito, 1981, de Cucchi. Nota-se também em vários desses trabalhos um movimento entre os tons irônico e trágico, que o Pequeno Diabo e Filho do Filho, 1981, ambos de Chia, exemplificam de modo nítido. As telas construídas de modo geral com cores e pinceladas vigorosas abrigam, volta e meia, zonas de escuridão, deixando entrever a tentativa de equilibrar tendências opostas, na forma e no conteúdo. Contra a idéia de plano e projeto, assim como de uma tendência a pensar a história da arte como evolução linear, os artistas borram as hierarquias entre diferentes linguagens, entre "alta" e a "baixa" cultura, não conferindo privilégio a nenhum estilo e recuperando, até mesmo, perspectivas descartadas. As obras tendem à fragmentação e à combinação eclética, de distintas referências. O Carregador de Água, alude simultaneamente às alegorias barrocas, à face decorativa da obra de Marc Chagall, às gravuras japonesas e aos trabalhos de Cy Twombly, o que revela a combinação de tendências e períodos diferentes da história da arte.

HAPPENING

O termo happening é criado no fim dos anos 1950 pelo americano Allan Kaprow para designar uma forma de arte que combina artes visuais e um teatro sui generis, sem texto nem representação. Nos espetáculos, distintos materiais e elementos são orquestrados de forma a aproximar o espectador, fazendo-o participar da cena proposta pelo artista (nesse sentido, o happening se distingue da performance, na qual não há participação do público). Os eventos apresentam estrutura flexível, sem começo, meio e fim. As improvisações conduzem a cena - ritmada pelas ideias de acaso e espontaneidade - em contextos variados como ruas, antigos lofts, lojas vazias e outros. O happening ocorre em tempo real, como o teatro e a ópera, mas recusa as convenções artísticas. Não há enredo, apenas palavras sem sentido literal, assim como não há separação entre o público e o espetáculo. Do mesmo modo, os "atores" não são profissionais, mas pessoas comuns.

O happening é gerado na ação e, como tal, não pode ser reproduzido. Seu modelo primeiro são as rotinas e, com isso, ele borra deliberadamente as fronteiras entre arte e vida. Nos termos de Kaprow: "Temas, materiais, ações, e associações que eles evocam devem ser retirados de qualquer lugar menos das artes, seus derivados e meios". Uma "nova arte concreta", propõe o artista, no lugar da antiga arte concreta abstrata, enraizada na experiência, na prática e na vida ordinária, matérias-primas do fazer artístico. De acordo com Kaprow, os happenings são um desdobramento das assemblages e da arte ambiental, mas ultrapassa-as pela introdução do movimento e por seu caráter de síntese, espécie de arte total em que se encontram reunidas diferentes modalidades artísticas - pintura, dança, teatro, música. A filosofia de John Dewey, sobretudo suas reflexões sobre arte e experiência, o zen-budismo, o trabalho experimental do músico John Cage, assim como a action painting do pintor americano Jackson Pollock são matrizes fundamentais para a concepção de happening.

HIPERREALISMO

A arte moderna, embora muitas vezes imbuída de ideais revolucionários e vanguardistas dos movimentos abstracionistas, nunca recusou inteiramente a vontade de representar ou copiar a realidade. As ligações a linguagens realistas e figurativas, de carácter imitiativo ou narrativo, ligado à tradição artesanal da pintura ou da escultura, foram surgindo ciclicamente, através de várias correntes pictóricas, ao longo do século XX.
Nos anos 60, esta recuperação das tendências realistas, determinadas por uma crescente rejeição do esgotado Expressionismo Abstrato e da Action Painting, surgem em correntes tão díspares como a Arte Pop, A Figuração Narrativa, o Neorrealismo e, de forma mais difusa, no Nouveaux Réalisme e na Arte Povera. Movimentos estes que têm como denominador comum a revalorização da cultura popular e dos objetos típicos da civilização urbana e industrial.O Hiper-realismo, também conhecido por Foto-realismo, Super-realismo ou Realismo Radical, constituiu a vertente americana do movimento neorrealista. Inspirando-se na iconografia e na tendência para o uso de fotografias e de serigrafias característicos da Arte Pop e no naturalismo da Figuração Narrativa europeia, levou as suas premissas estéticas e formais, a uma forma extrema de figuração, bem representada pelos trabalhos dos pintores americanos integrados na exposição "22 realists", apresentada em 1970 em Nova Iorque.
A partir deste momento, o Hiper-realismo assume-se como uma corrente autónoma que procurava desenvolver uma linguagem de cariz fotográfico, de dimensão mítica e monumental, possível pela idealização e extremo virtuosismo da própria técnica. Para conseguir reproduzir todos os detalhes e vibrações cromáticas e texturais, estes artistas utilizavam frequentemente o aérografo e recorriam à projeção sobre as telas de diapositivos que continham as imagens a reproduzir.
O carácter fotográfico desta linguagem imprimiu-lhe uma qualidade de trompe-l'oeil que a tornava especialmente adequada para a criação de pinturas ilusórias murais de grande dimensão.


No entanto, esta arte realista e descritiva, aparentemente era objetiva desprovida de qualquer emocionalidade. De facto, embora os temas fossem perfeitamente identificáveis, muitas vezes correspondiam a encenações ou manipulações de imagens reais que resultavam na construção de um olhar intencionalmente crítico sobre essa realidade.
Os artistas que integraram este movimento abordaram temáticas muita diferenciadas, embora tivessem sempre partido de elementos típicos da cultura americana. Assim, se Kacere procurou desenvolver de, forma quase obsessiva, imagens de mulheres seminuas, Richard Estes preferiu as vibrantes as fachadas de lojas e Don Eddy especializou-se na representação de lustrosas e brilhantes viaturas e motos. Chuck Close tornou-se famoso pelos retratos frontais e grande dimensão, absolutamente verosímeis e executados com a precisão mecânica de um máquina fotográfica.
John De Andrea foi um dos poucos artistas hiper-realista ligados à escultura, criando uma série de trabalhos em poliester e fibra de vidro pintado que eram absolutamente realistas.
Durante a década de 70, esta corrente atinge os países europeus, nomeadamente a Inglaterra e a Alemanha, influenciando a obra de pintores como David Hockney e Peter Klasen. Menos ligados aos processos de reprodução de sentido fotográfico característica da corrente hiper-realista e recusando geralmente o carácter polido e virtuosístico dos pintores americanos, os pintores europeus, desenvolveram uma linguagem neorrealista cruzada com influências da Arte Pop.

INSTALAÇÃO ARTÍSTICA

Instalação é um termo que, na sua origem, se referia aos procedimentos e às técnicas de exposição de obras de artes em espaços próprios (como museus ou galerias). A partir de meados do século XX passa a designar uma forma de expressão artística que engloba os campos da escultura, da pintura, da fotografia, do cinema e do vídeo podendo incluir ainda algumas manifestações performativas. Os trabalhos de instalação podem assumir escalas e formalizações muito variadas.
Desde inícios do XX que se verificou a gradual eliminação e diluição das tradicionais separações entre a pintura e a escultura e o reconhecimento da dimensão espacial e temporal dos trabalhos escultóricos.
A este aspeto associou-se a consciência da especificidade da relação entre os objetos artísticos e o espaço arquitetónico envolvente o que determinou a procura de fundir estas duas dimensões numa mesma realidade significante. Esta característica, que geralmente se designa por site specific, indica um processo criativo que se fundamenta na relação formal ou conceptual entre determinados objetos e os lugares onde são colocados. Assim, a preservação da mensagem estética duma instalação obriga geralmente à manutenção do objeto artístico no espaço para o qual foi criado.
Geralmente efémeras, as instalações podem também ser criadas para coleções públicas ou privadas e expostas permanentemente num local predefinido.
Na origem da instalação enquanto meio e técnica de criação estão algumas esculturas de grande escala, realizadas pelo artista dadaísta Marcel Duchamp para algumas galerias nova iorquinas. Outros exemplos pioneiros neste campo são as instalações criadas por artistas Pop como Andy Warhol, Claes Oldenburg (1929) e George Segal (1924-), nos finais da década de cinquenta.

Na Europa, alguns autores influenciados pelo dadaísmo e pelo surrealismo, de entre os quais se destaca a precursora artista francesa Louise Bourgeois (1911- ), desenvolvem trabalhos que procuram não tanto a execução de objetos (domínio próprio da escultura), mas a definição de qualidades espaciais e a criação de ambientes. O francês Jean Tinguely acrescenta o movimento mecânico a estes objetos e instalações, dotando-os de uma interessante e insólita dimensão cinética.
O grupo Fluxus teve um papel determinante no desenvolvimento e divulgação desta forma artística, destacando-se, no interior deste movimento, alguns trabalhos do alemão Joseph Beuys e do coreano Nam June Paik, os quais associavam frequentemente às instalações a realização de happenings e de performances.
Nos anos setenta, a instalação ganha um carácter muito mais complexo, procurando recriar de raiz os ambientes e os espaços envolventes. Em algumas situações procura-se atingir uma maior complexidade e alcance das intervenções, através da associação de vários artistas na transformação integral de edifícios.
De entre os artistas que mais se dedicaram a esta forma expressiva destacam-se os membros do movimento italiano da Arte Povera, como Janis Kounellis e Michelangelo Pistoletto ou alguns dos representantes da corrente da Land Art, da Arte Conceptual e do Pós-modernismo, como Richard Long, Dennis Oppnheim, Franz West ou o alemão Hans Haacke (1936-).